NACIONALISMO - ESTÃO TENTANDO TE ENGANAR...




    Após o pronunciamento do então Secretário especial de Cultura Roberto Alvim há seis meses, no dia 16/01 do corrente ano, não faltaram especialistas em toda a mídia. É inegável que o tal trecho proferido é mesmo referente a uma fala do Ministro da Propaganda do Terceiro Reich. Aqui apresentaremos algumas breves possibilidades de interpretação do fato.
    No pronunciamento, são anunciados os incentivos do Governo Federal em relação às Artes, com premiações até maiores que 100 mil reais para cada categoria: Pintura, Artes Plásticas, Música, Teatro, dentre outras. Bem antes dos anúncios é que Alvim cita a tão referida fala de Joseph Goebbels, em suas próprias palavras:


"a arte nacional dos próximos dez anos será heróica, e será nacional: será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo - ou então não será nada.".


Comparemos agora com o texto original:


" A arte alemã da próxima década será heróica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande pathós e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada.".


    Podemos já aqui identificar sensíveis diferenças. O discurso do alemão fala em romantismo. Mas do romantismo como movimento literário e cultural de maneira geral, que foi uma tendência tanto no século XIX em diversas nações, quanto nas décadas de 1930/40: o resgate do tradicionalismo, das raízes medievais da cultura - que neste último caso, da agora sim Alemanha de Hitler, foi até muito extrapolado em seu sentido ao dar margem total a noções xenofóbicas e racistas. Não obstante o discurso original afirma uma arte forte, sem sentimentalismos, o que o discurso de Alvim desmente, possivelmente por uma má leitura, apressada, não refletida.
    Mais adiante vemos a expressão grega pathós, possuidora de diferentes significados mas que talvez ganhe aqui a despeito da definição como sentimento de dó ou compaixão, também o significado de empatia, de causar uma reação de identificação no espectador - tendo-se em conta o contexto da frase, que logo após afirma que a Arte deve ser imperativa e vinculante. Ou seja, necessária, obrigatória e geradora de uma conexão, um elo entre quem transmite a mensagem e o espectador, que a recebe.             Comparando esse fator vinculação, temos na fala de Alvim o trecho "vinculada às aspirações urgentes do nosso povo". Trata-se de uma extensão que dá enfoque ao apelo da mensagem - uma necessidade urgente de atender aquilo que o povo deseja ou não deseja, mas supostamente precisa.
Se ainda não nos fosse sabido de quem partiu o tal discurso, ele em si mesmo nada nos diz além de uma mensagem nacionalista. Até mesmo o trecho em que afirma "ou não será nada" mostra um apelo ainda mais enfático e cujo perigo pode estar em um possível desprezo pela arte que não tenha essas características. É talvez o trecho mais preocupante da fala, mas que também não deixa nenhuma certeza absoluta de sê-lo.
    O tom de força do "livre de sentimentalismo" evoca possivelmente os ideais de força guerreira caros à mitologia nórdica e ao resgate desse sentimento sob outra roupagem feito pelos nazistas - mas a fala de Alvim é possivelmente uma interpretação atropelada, pela metade, desse conteúdo que não parece ter sido compreendido. Exceto pelo elemento de ligação - Lohengrin, a música de Richard Wagner tocada ao fundo, inspirada nesses ideais nórdicos já referidos na narrativa de seu Götterdämmerung (A Batalha Final do deuses).
    Na hipótese de ter ele sido sabotado, como afirmou, é possível que um infiltrado em sua assessoria tenha introduzido o trecho de Goebbels em seu discurso e de forma indireta deixado repórter(es) de prontidão para noticiar o fato. Haja visto a velocidade com que uma informação tão específica, de difícil circulação tenha sido identificada.
    A música é porém o elemento sutil que o deixa sem muitas defesas. Não é impossível que ele não houvesse prestado maior atenção ao fundo, importando-se apenas com o impacto da sonoridade. Se é mesmo o caso, ingenuidade que lhe custou caro. Ingenuidade que para alguns atestaria falta de competência para discernir assuntos da magnitude que lhe foram confiados e portanto, para exercer o cargo.
    Na hipótese de ter sido intencional, quem em sã consciência correria esse risco? É muito mais verossímil que caso não seja inocente, Alvim tenha achado interessante apenas o conteúdo persuasivo da frase de Goebbels, haver pensado que a despeito de suas malvadezas, o tom de robustez, seriedade e segurança - firmeza - da fala, refletida em sua postura facial e corporal (ridicularizada pelos opositores), que pudessem essas características ser reaproveitadas, reprogramadas para passar sua mensagem. Neste caso, terá sido uma aposta inconsequente e não-inteligente.


Não emito aqui um veredito, mas trago ao assunto algumas possibilidades e chamo a atenção para o que mais nos importa aqui: na extrema-imprensa esquerdista, mais ainda que a falsa associação do presidente Jair Bolsonaro ao hitlerismo, o que está sendo condenado é o patriotismo. Identificado com o nacionalismo exacerbado, TODO NACIONALISMO é "fascismo". Não existe moderação, não existe diferença. Essa falsidade intelectual cumpre a função social de consolidar o divórcio entre as pessoas e a percepção da realidade objetiva dos fatos: de que as pessoas comuns são patrióticas e não xenofóbicas.
    O Gramscismo sai feliz. Ponto para a revolução e os intelectuais orgânicos que se perpetuam. A Nova Ordem, que quer quebrar os nacionalismos para implantar o governo global, sai ainda mais satisfeita. É o nacionalismo que enfraquece a cada dia através desta engenharia social com fim de mudar o senso comum e o senso das proporções entre as pessoas menos esclarecidas.
    A comunidade judaica também se manifestou: o curioso é que o suposto anti-semitismo que acusaram na fala deu ainda mais força àqueles que são declaradamente pró-Palestina: leia-se anti-Israel.

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