Chegará o tempo em que teremos de provar ao mundo que a grama é verde? É com esta frase de Gilbert Chesterton que iniciamos o vídeo de hoje.
Frente à polêmica da campanha de Dia dos Pais de uma marca de perfumes, também expressaremos aqui a nossa opinião, ainda que breve.
Somente para situar quem ainda não esteja sabendo, me refiro à escolha de Thammy Miranda como garoto propaganda da marca para a ocasião. Foi veiculado um vídeo contendo momentos cotidianos desta pessoa e seu filho (o bebê de sua companheira, nascido por processo de fertilização artificial). A mensagem é basicamente aquela de que paternidade é atitude, uma ardilosa articulação das ideias de gênero com o senso comum: o famoso "pai é quem cria".
Foi dito que falar do assunto era fazer exatamente o jogo da tal empresa, isto é: ainda que se rechace os conceitos apresentados, ela ganha ainda mais evidência. Seus dirigentes já sabiam que reações provocariam na maior parte da população com este tipo de anúncio.
Além disso, bater nessas ideias seria a maneira fácil de obter visualizações e curtidas para quem queira se promover na internet. Alimentando-se da ira da população, portadora do senso mais tradicional em relação a esta questão, jornalistas, blogueiros, youtubers, políticos, e diversas categorias de pessoas que vão além até das (como diria Flávio Gordon) "classes falantes", todos estes podem utilizar acontecimentos como este como palco. Desde que não seja com dinheiro público, isto no fundo, não mudará a vida de ninguém, de forma imediata.
No entanto, tal comentário, mesmo que tenha sua parcela de razão, por trás de sua suposta originalidade, começa a afrouxar no que se refere ao poder de influência dos comportamentos. Ainda que a maioria, conservadora instintiva o rejeite.
Ademais, estarmos ainda longe de ter que provar que a grama é verde, esta postura é um desrespeito ao papel dos homens de verdade, pais de família que realmente trabalham e se sacrificam todos os dias afim de que sua esposa, filhos ou outros dependentes tenham condições mais dignas de vida: ser representado por alguém que não é um homem.
Ademais, estarmos ainda longe de ter que provar que a grama é verde, esta postura é um desrespeito ao papel dos homens de verdade, pais de família que realmente trabalham e se sacrificam todos os dias afim de que sua esposa, filhos ou outros dependentes tenham condições mais dignas de vida: ser representado por alguém que não é um homem.
Não somos a favor da censura e é isto mesmo que nos habilita a emitir esta opinião. Achar errado é diferente de proibir. Proibir sim, querem, os que diariamente tentam nos empurrar goela abaixo que não podemos considerar coisas certas ou erradas.
Nas palavras há poder, o discurso é capaz de contribuir com a alteração de realidades ou, no caso aqui contribuir para a manutenção da naturalidade das relações humanas. Quando reafirmamos, é isto que fazemos.
É chover no molhado dizer não compre? Não faça nada porque alguém te disse simplesmente, mas decida você mesmo.
Do que seu pai gostaria mais? Da sua presença com ele (e não somente neste dia), do seu amor e atenção, ou de algum presente material? Nada contra presentes, desde que não seja esquecido o que é fundamental.
Versão audiovisual do texto:
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